O presente artigo visa analisar o papel específico da psicanálise no contexto deste dossiê, que propõe pensar as possibilidades de subversão e tensionamento frente às tentativas de normalização da sexualidade em âmbito escolar. Questionamos: como a prática psicanalítica pode subverter as demandas biopolíticas pelas quais é convocada a operar? O que é necessário para que a psicanálise não reproduza uma norma e não se converta em um método prescritivo de gênero? Iniciaremos descrevendo alguns debates em espaços de formação para pensar as limitações do corpo teórico psicanalítico e das leituras que se produzem hoje a partir deste. Em seguida, discutiremos as questões teóricas pertinentes à relação entre clínica e normatividade, tomando como eixo de articulação as reflexões sobre a patoanálise e a psicogênese e sobre o desejo. Por fim, buscaremos mostrar que tais perspectivas servem de aporte para pensarmos também algumas discussões sobre a relação entre arte, censura e infância que recentemente ganharam atenção da mídia e da população brasileira.
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Tietboehl, L., Cavalheiro, R., & Kveller, D. (2018). Quem tem medo de crianças queer? Alguns questionamentos às normatividades em psicanálise. Revista Periódicus, 1(9), 234–247. https://doi.org/10.9771/peri.v1i9.25786
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