Neste ensaio, o objetivo é discutir a abordagem dominante da responsabilidade social corporativa sob a égide do pensamento de Paulo Freire, orientado pela racionalidade substantiva. Realizamos, primeiro, algumas considerações acerca das racionalidades que orientam a ação humana. A seguir, apresentamos algumas breves considerações acerca da responsabilidade social corporativa (RSC), estabelecendo um diálogo entre a concepção dominante e a perspectiva freireana, indicando que, se a RSC for tomada na perspectiva da vantagem competitiva, se revela como uma estratégia que, na perspectiva de Paulo Freire, é assistencialista e pode levar à imobilização do ser humano. A perspectiva freireana aponta que, para ir além da RSC, apenas como estratégia do capital, os sujeitos devem atuar como coautores e corresponsáveis por qualquer ação que diga respeito às suas vidas. Portanto, não pode haver dicotomia, onde alguns são ‘sujeitos’ da ação socialmente responsável, enquanto outros são ‘objetos’ desta ação. Isto é, a RSC, sob a égide do pensamento freireano, tem início quando um sujeito deixa de olhar para outro como uma categoria abstrata e o vê como pessoa; quando um sujeito cessa de fazer gestos piedosos e adota uma ação concreta e histórica, onde não há ‘objeto’ de uma ação, mas sujeitos em ação para transformar a realidade.
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Moraes, J. (2020). RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: REFLEXÕES SOB A ÉGIDE DO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE. Revista de Gestão Social e Ambiental, 13(3), 98–115. https://doi.org/10.24857/rgsa.v13i3.2118
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