Nos últimos 25 anos ocorreram mudanças significativas na paisagem urbana de Luanda, em resultado do conflito militar prolongado e das transformações políticas e económicas. A oferta formal de transporte urbano declinou e permitiu a emergência e o crescimento acelerado do transporte não oficial por meio de minibuses. Este processo de mudança deu origem ao aparecimento de novos actores, de novas formas de exploração e organização da actividade, de novas formas de contratos de emprego, de novas formas de organização social. Este artigo explora a natureza emergente da indústria de táxis ‑minibus em Luanda. É intenção deste texto suscitar algumas reflexões sobre o contributo desta actividade para a satisfação das necessidades de mobilidade da população de Luanda, para gerar ocupação e rendimentos para as famílias e para possibilitar a integração profissional e social de um elevado número de cidadãos luandenses. Um outro objectivo é a identificação dos actores envolvidos, das relações existentes, bem como dos padrões das actividades laborais. Este texto descreve e caracteriza os processos de transformação acima mencionados, baseando‑ ‑se numa recensão bibliográfica, na observação directa e na informação recolhida no terreno entre Setembro de 2003 e Agosto de 2004. A observação directa sistemática, realizada com recurso a mais de cinco dezenas de viagens em percursos (rotas) longos e curtos, constituiu uma outra importante fonte de informação. Os resultados baseiam ‑se também na análise documental e numa série de entrevistas aprofundadas realizadas com actores institucionais e com os operadores envolvidos directamente na actividade (condutores, proprietários, cobradores, angariadores e passageiros).
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Lopes, C. M. (2007). Acumulação, Risco e Sobrevivência na Economia Informal: os candongueiros de Luanda. Cadernos de Estudos Africanos, (11/12), 55–83. https://doi.org/10.4000/cea.928
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