O presente artigo busca refletir sobre o modo pelo qual as intersexualidades estão sendo produzidas e manejadas em um contexto em que as novas biotecnologias constituem ferramentas cruciais no processo de remodelação dos corpos e de produção de subjetividades. Para tanto, a partir de uma “etnografia de arquivo”, são analisados artigos científicos nacionais oriundos da área biomédica que abordam a triagem neonatal da Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC), citada na literatura médica como a causa mais recorrente de intersexualidade, e sua inserção no Programa de Triagem Neonatal (Teste do Pezinho) no Brasil. Os resultados até então obtidos apontam para uma série de controvérsias em relação à inserção dessa condição nos programas de triagem, tais como um elevado número de casos “falso-positivos” e o fato de a mesma não representar necessariamente um risco à vida dos sujeitos (um dos critérios importantes para inclusão nas triagens).
CITATION STYLE
Freitas, J., & Machado, P. S. (2015). Rastreando corpos, produzindo sexos: a inserção da hiperplasia adrenal congênita no teste do pezinho. Mediações - Revista de Ciências Sociais, 20(1), 130. https://doi.org/10.5433/2176-6665.2015v20n1p130
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.