As alterações de comportamento são um sintoma, que pela disrupção que provocam na dinâmica familiar constituem um dos principais motivos de consulta pedopsiquiátrica na 1.ª infância (cerca de 1/3 do totaldos casos). Trata-se contudo de um sintoma que é comum a diversos quadros clínicos e que corresponde a diferentes situações do ponto de vista psicopatológico, cuja compreensão é fundamental para uma adequada intervenção terapêutica e prognóstico. Na 1.ª infância, a delimitação clara dos quadros clínicos coloca algumas dificuldades devido às modificações rápidas do desenvolvimento, à falta de especificidade dos factores causais e ao contributo das perturbações relacionais para a patologia da criança. Mais importante do que as manifestações clínicas, é o nível de funcionamento das estruturas psíquicas, nomeadamente da organização do Self e do desenvolvimentodo Eu, que é importante avaliar nestas situações.Neste trabalho, os autores fazem uma revisão da casuística da UPI relativamente às crianças referenciadas por alterações de comportamento durante um período de três anos (1996-1999), sendo apresentados os seus diagnósticos segundo a classificação DC: 0-3 (Diagnostic Classification of Mental health and developmentdisorders of Infancy and Early Childhood), nos eixos I – diagnóstico primário – e II – perturbação da relação. Os autores apresentam também vinhetas clínicas ilustrativas da psicopatologia que pode estar subjacente a este sintoma.
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Queirós, O., Golschimdt, T., Almeida, S., & Gonçalves, M. J. (2012). O outro lado das birras: Alterações de comportamento na 1.a infância. Análise Psicológica, 21(1), 95–102. https://doi.org/10.14417/ap.123
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