Observa-se na realidade de diversos países, desenvolvidos e em desenvolvimento a ocorrência de mudança estrutural em direção à redução da participação da indústria no Produto Interno Bruto (BIP). Tal processo, denominado processo de desindustrialização, impacta a produtividade das economias de maneira diferente. Quando o setor de serviços emergente é capaz de ampliar a complexidade econômica, vê-se uma tendência de aumento de produtividade, no entanto, quando este não se relaciona diretamente ao setor industrial remanescente, ou seja, quando é composto por serviços não estratégicos, observam-se problemas no crescimento da produtividade. Nesse contexto, por meio da utilização de um modelo shift-share, baseado no modelo de decomposição canônica originário de Fabricant (1942), a realidade brasileira foi analisada visando caracterizar a direção da mudança estrutural e compreender sua consequência em termos de produtividade. Como resultado, verifica-se que o crescimento da participação do setor de serviços no emprego relaciona-sesobretudo com um aumento do emprego nos segmentos de serviços financeiros; seguros; serviços imobiliários e comerciais; e serviços comunitários, sociais e pessoais. Conclui-se que tal fenômeno decorre da ausência de dinamismo dos demais setores econômicos e não de medidas que proporcionam mudança estrutural para o aprofundamento da complexidade econômica e o aumento da produtividade.
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Silvestri Cândido Rocha, C., Tatsch, A. L., & Ferraz Cário, S. A. (2019). Mudança estrutural e seu impacto na produtividade: uma análise da ascensão do setor de serviços na economia brasileira. Revista Economia Ensaios, 33. https://doi.org/10.14393/ree-v33n0a2019-50413
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