No biênio 2020/2021, a população mundial passou por momentos difíceis devido à pandemia causada pelo novo coronavírus. Dentre as intervenções determinadas pelas autoridades, o isolamento social parece ter sido aquela mais desafiadora para os governos, empresas e indivíduos. As restrições sanitárias exigiram a adaptação de diversas atividades para a manutenção dos serviços básicos, sendo a educação uma delas. Este estudo tem o objetivo de identificar as ferramentas, recursos e esforços das instituições privadas de ensino básico no Brasil durante o período em que funcionaram de forma exclusivamente remota. A pesquisa busca ainda mensurar o impacto econômico-financeiro causado por essas adaptações, considerando-se a hipótese de que o setor tem passado por um momento crítico, devido ao cancelamento de matrículas, aumento da inadimplência, necessidade de investimento em tecnologias educacionais e despreparo das escolas e de seus profissionais para uma transição abrupta entre a modalidade presencial e a remota. Essa adaptação emergencial criou disparidades no processo educacional, que têm relação com a heterogeneidade das ferramentas e dos processos, com as diferenças de infraestrutura das escolas e de seu público-alvo, além do projeto político-pedagógico das instituições, portanto, algumas questões precisam ser regulamentadas e normatizadas. Utilizou-se a metodologia bibliográfica, a partir de fontes primárias, como relatórios de órgãos como IBGE, SINEPE-RJ, INEP, Ministério da Saúde - Governo Federal do Brasil, além da própria legislação brasileira. As fontes secundárias foram publicações nas áreas de educação, ciência ou tecnologia, nos anos de 2020 e 2021. Após a análise desses documentos, os resultados apontaram para inúmeras dificuldades enfrentadas pela gestão escolar, por sua equipe, bem como por seus alunos, como: crise financeira nas escolas particulares devido à queda nas matrículas da educação básica; falta de planejamento ou mesmo de conhecimento das propostas pedagógicas mais vinculadas às novas tecnologias; necessidade de novos investimentos durante a contenção de gastos; expectativa da escola e dos pais em relação ao retorno presencial. Assim, as algumas das conclusões do artigo foram a condição hipossuficiente das instituições para sua plena recuperação ou para vivenciarem novamente um episódio similar; soluções tecnológicas conservadoras, que buscaram replicar práticas pedagógicas tradicionais; e intensificação do trabalho docente.
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Fernandes, L. O., & Câmara, M. B. R. de A. (2022). A GESTÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PANDEMIA: IMPACTOS FINANCEIROS E INVESTIMENTOS EM NOVAS TECNOLOGIAS EM INSTITUIÇÕES PRIVADAS DE ENSINO DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Revista Eletrônica Perspectivas Da Ciência e Tecnologia - ISSN: 1984-5693, 13. https://doi.org/10.22407/1984-5693.2021.v13se.p.1-10
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