O debate público adotou as questões da (in)segurança, fazendo fixar imagens do que são o crime e a violência em Portugal. Essas imagens estão repletas de ambiguidade, não só pelos próprios paradoxos que a comunidade científica já mostrou serem constitutivos do sentimento de insegurança, mas igualmente pela profusão das falas dos diversos atores sociais em cena – da comunicação social às instâncias de controlo formal. Aqui, seguimos a rotação operada do medo à cidade, com o surgimento dos perigos modernos, para o sentimento de insegurança, tomado como objeto das ciências sociais. Analisamos, depois, dois determinantes da sua construção: os seus elementos ecossociais – a partir de um estudo em curso no Centro do Porto; e a sua dimensão mediática – a partir de casos recentes fortemente mediatizados. Espera-se, desta forma, contribuir para reduzir o grau de ambiguidade que tem marcado a expressão pública deste objeto.
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Fernandes, L., & Rêgo, X. (2011). Por onde anda o sentimento de insegurança? Problematizações sociais e científicas do medo à cidade. Etnografica, (vol. 15 (1)), 167–181. https://doi.org/10.4000/etnografica.869
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