A história do conhecimento em administração da educação no Brasil é contada a partir de dois paradigmas: da gestão empresarial e da especificidade da escola ou gestão democrática, sendo este a superação do anterior. Após os anos 1990, as pesquisas em política e gestão da educação privilegiam a escola como instância de pesquisa, e a analisam com base na teoria da gestão democrática. Neste artigo, tem-se como objetivo defender o cotidiano escolar como princípio de pesquisa e analisar três grandes desafios aos pesquisadores da área: os rumos da teoria crítica e da própria crítica; as relações teoria e prática; e os sentidos da política e da gestão. Tem-se como primeiro desafio conceber a crítica como atitude de virtude, de inservidão voluntária e como possibilidade de nos desassujeitarmos dos modos de produzir verdades na relação entre o sujeito, o poder e a verdade. Tal atitude de virtude pressupõe, como segundo desafio, a tentativa de conceber novas relações entre teoria e prática, as quais escapem do normativismo e do modelo prescritivo. Como terceiro desafio, indica-se que as reflexões precedentes possibilitam questionar os sentidos práticos que circulam e legitimam uma forma de pensar na área, especificamente, os de política e gestão.
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Maia, G. Z. A. (2020). O cotidiano escolar como princípio das pesquisas em educação. Acta Scientiarum. Education, 42, e47545. https://doi.org/10.4025/actascieduc.v42i1.47545
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