Gerenciamento de resíduos químicos e águas servidas no laboratório de isótopos estáveis do CENA/USP

  • Bendassolli J
  • Máximo E
  • Tavares G
  • et al.
N/ACitations
Citations of this article
5Readers
Mendeley users who have this article in their library.

Abstract

Recebido em 28/6/02; aceito em 5/11/02 CHEMISTRY WASTE AND RESIDUES WATERS MANAGEMENT AT THE STABLE ISOTOPE LABORATORY OF THE CENA/USP. A system for disposal and recovery of the main effluents and chemical waist from isotope separation plants and enriched compounds-15 N and 34 S production has been carried out at the Stable Isotope Laboratory (LIE) of the CENA/USP. Around four hundred thousand liters of effluents has been recovered yearly. Among the recovered chemical wastes, the more relevant are: ammonia; brome; ammonium and sodium sulfate; sodium hydroxide; sulfur dioxide; and hydrochloric acid. Chemical wastes containg recoverable heavy metals (Ag, Cr and Cu) and solvents (methanol, ethanol and acetone) are processed and recovered. Gaseous emissions, mainly H 2 S are used for recovery of heavy metals solutions. The minimization of the residues waters, as well the reduction of electric energy consume was established using a water deionization system. A cost/effect balance of the process is reported. INTRODUÇÃO De um modo geral, desprezando-se os graus de periculosidade, a atividade humana sempre gerou alguma forma de resíduo, alguns deles nocivos ao meio ambiente e, por conseguinte, ao próprio ho-mem. Entretanto, alguns fatores, dentre os quais podem-se destacar aqueles relacionados ao crescimento populacional e desenvolvimen-to industrial, acentuaram notavelmente a geração de resíduos no mundo. Embora, na natureza, a exposição constante a produtos químicos seja comum uma vez que plantas, animais e mesmo rochas e solos emitem gases e substâncias orgânicas para o meio ambiente, a ativi-dade antropogênica aumentou consideravelmente a liberação destes materiais. Isso fez com que organismos vivos que, em outros tem-pos, estavam em equilíbrio com as exudações naturais, estejam no presente expostos a um estresse químico 1. Nas últimas décadas, tornou-se evidente a necessidade de se to-marem providências para o controle da emissão de resíduos, evitan-do que os recursos naturais como água, solo e ar tornem-se ainda mais degradados. Os efeitos desta geração indiscriminada, que atin-gem também o homem, têm levado a sociedade a uma maior conscientização do real perigo para a sua subsistência. Eventos como o ocorrido em 1956 na cidade costeira japonesa de Minamata, onde o efluente industrial contendo mercúrio provocou acentuada mor-tandade de peixes nessa baía, os quais acabaram sendo ingeridos pela população local, ocasionando um total de 887 mortes e 2209 casos registrados de doenças relacionadas ao sistema nervoso central 2 , dentre outros, têm servido de alerta para que a preocupação com as questões ambientais passe do discurso para a prática, nos dias atuais. Sabe-se que as indústrias, principalmente aquelas que utilizam produtos químicos em seus processos produtivos, são as maiores responsáveis pela geração de resíduos perigosos e o grande alvo de cobrança e fiscalização pela sociedade e pelos órgãos competentes. Na sua totalidade, os centros de formação de recursos humanos (universidades e escolas) geram cerca de 1% dos resíduos perigosos em um país desenvolvido como os Estados Unidos 3. Ao contrário das unidades industriais, estes resíduos caracterizam-se por apresen-tarem volume baixo e elevada diversidade, o que dificulta a padroni-zação das formas de tratamento e disposição. Nos últimos anos a preocupação com os resíduos gerados nas indústrias químicas, insti-tuições de pesquisa e ensino e órgãos governamentais tem aumenta-do consideravelmente e, sempre que possível, existe um empenho para a melhor disposição e recuperação dos resíduos gerados em vários processos, com o objetivo de torná-los úteis novamente 4-24. Ainda que este volume seja reduzido, as universidades não po-dem nem devem ignorar sua posição de geradora de resíduos 3, 25-27. Um dos motivos dessa necessidade é que as universidades exercem papel fundamental quando avaliam os impactos ambientais provoca-dos por outras unidades geradoras de resíduos fora de seus limites físicos. Desta forma, o não tratamento de seus próprios rejeitos, mi-tigaria a credibilidade das universidades perante a sociedade e os órgãos públicos competentes 27. Outro motivo, e talvez o principal, é que o maior benefício proporcionado por um programa de geren-ciamento de resíduos nestas unidades está relacionado ao treinamento dos estudantes, formação profissional de técnicos de laboratórios e professores, capacitando-os a trabalharem dentro de normas apro-priadas de gerenciamento de produtos químicos 3. O Laboratório de Isótopos Estáveis (LIE-CENA/USP) é respon-sável por toda a produção nacional de compostos enriquecidos nos isótopos de 15 N e 34 S. Com o aumento significativo do consumo des-ses compostos, a produção foi ampliada em até vinte vezes, nos últi-mos cinco anos, gerando um elevado volume de efluentes químicos, sendo necessário instituir um programa de gerenciamento dos mes-mos. Dentro deste contexto, o laboratório desenvolve um programa de gerenciamento dos resíduos proporcionando condições de desen-volvimento de tecnologia de separação e produção de inúmeros com-postos enriquecidos nos isótopos 15 N e 34 S (tecnologia não repassada por países que as detém). Cabe destacar que o gerenciamento destes resíduos químicos agrega valor ambiental e, conseqüentemente, eco

Cite

CITATION STYLE

APA

Bendassolli, J. A., Máximo, E., Tavares, G. A., & Ignoto, R. de F. (2003). Gerenciamento de resíduos químicos e águas servidas no laboratório de isótopos estáveis do CENA/USP. Química Nova, 26(4), 612–617. https://doi.org/10.1590/s0100-40422003000400028

Register to see more suggestions

Mendeley helps you to discover research relevant for your work.

Already have an account?

Save time finding and organizing research with Mendeley

Sign up for free