A hospitalização domiciliária tem vindo a implementar-se no sistema de saúde português como um modelo de assistência de nível hospitalar no domicílio. É uma alternativa ao internamento convencional, para doentes agudos ou crónicos agudizados, sendo a admissão nesta tipologia de internamento voluntária. Devem estar garantidos os critérios de admissão, que passam essencialmente pela estabilidade clínica com comorbilidades controláveis no domicílio, presença de cuidador e domicílio com boas condições de higiene e segurança, e domicílio na área de influência da unidade hospitalar de referência. As vantagens da hospitalização domiciliária parecem ser evidentes, nomeadamente no que toca à significativa redução das infeções nosocomiais, quedas e episódios de síndroma confusional aguda. No atual contexto da pandemia COVID-19, a hospitalização domiciliária pode ser parte da solução de resposta do sistema de saúde, não só pelo aumento da capacidade de internamento domiciliário de doentes sem infeção por SARS-CoV-2 mas também, cumprindo todas as recomendações de segurança, ser uma possibilidade de internamento para doentes com infeção por SARS-CoV-2 após, pelo menos, 7 dias de internamento hospitalar convencional com estabilidade clínica, possibilidade de isolamento e cuidador não portador de condição de saúde vulnerável. A equipa de saúde da hospitalização domiciliária assume aqui um papel-chave na educação e promoção da saúde, proporcionando aprendizagens no que toca às medidas de isolamento, higiene das mãos e etiqueta respiratória. Cumpridos os critérios de admissão, a hospitalização domiciliária é uma tipologia de internamento que permite atingir a eficiência sem prejuízo da segurança do doente.
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Azevedo, P. C. (2020). A Hospitalização Domiciliária na Pandemia COVID-19. Gazeta Médica. https://doi.org/10.29315/gm.v7i2.356
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