O sistema cartesiano fornece as bases para o Romantismo produzir um novo objeto: o 'eu' simultaneamente interioridade e alteridade. Tal invenção incide sobre os campos científico, político, social, artístico e produz consequências éticas e estéticas que perduram no século XXI. Pretende-se, aqui, propor uma aproximação do estilo de Freud com o impressionismo, sem deixar de reconhecer, no pensamento literário romântico, o ponto de inflexão na produção de uma nova racionalidade. Apontar a emergência do eu, tal como (re)apresentado por Freud, implica reconhecê-lo como tributário do ideal romântico. Ao mesmo tempo, tenta-se destacar a virada epistemológica que Freud imprime ao conceito numa proposta ainda hoje subversiva.The Cartesian system provides the fundamental principles for Romanticism to produce a new object: the 'self', simultaneously as interiority and alterity. This invention falls on the scientific, political, social, and artistic fields that produce ethical and aesthetic consequences that endured in the 21st century. The aim of this essay is to offer an approximation between Freud's style and Impressionism, while recognizing the point of inflection in the production of a new rationality in the literary romantic thought. Pointing to the emergence of the self, as (re)presented by Freud means to recognize it as a tributary of the romantic ideal. At the same time, it highlights the epistemological change that Freud imprints on this concept in a proposal that has remained subversive until today.
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Coutinho, D. (2009). A construção do eu na modernidade: do projeto romântico ao impressionismo em Freud. Ágora: Estudos Em Teoria Psicanalítica, 12(2), 199–215. https://doi.org/10.1590/s1516-14982009000200003
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