Após o impacto da exposição Magiciens de la terre (1989) e das mudanças geopolíticas que aconteceram depois do fim da Guerra Fria, as megaexposições periódicas de arte contemporânea, como a documenta de Kassel e a Bienal de São Paulo, têm se engajado num esforço para revelar a existência de “múltiplas modernidades”. Um exemplo notável é a exposição inaugural da Tate Modern, em Londres. Century City (2001) re-inscreveu o neoconcretismo nos cânones da história da arte ocidental e a arte do Brasil nas instituições britânicas. Neste artigo, para compreender esse fenômeno contemporâneo, eu me volto ao passado, olhando para a origem dessas megaexposições no século XIX e o seu o papel na definição de hegemonias construídas historicamente no campo das artes. Analiso, portanto, o caso da Exposição Internacional de 1862, em Londres, por ter sido a primeira a utilizar o modo de representação nacional por países em escala mundial. A partir da documentação consultada na National Art Library do Victoria and Albert Museum, reconstruo a primeira representação artística brasileira em Londres, com ênfase na galeria de pinturas. Por fim, eu argumento que o Império do Brasil buscava atender às expectativas cosmopolitas dos organizadores e do público e, ao mesmo tempo, responder às demandas internas que diziam respeito ao próprio processo de formação de uma arte nacional.
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Spricigo, V. (2021). A origem das megaexposições internacionais e a arte do Brasil no Reino Unido. MODOS: Revista de História Da Arte, 5(2), 158–176. https://doi.org/10.20396/modos.v5i2.8664197
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