Em o Aracnídeo, escrito em 1980, Fernand Deligny escreve o seguinte: Em 1967, a guerrilha era uma espécie de etnia quase universal, a nossa sendo privilegiada pelo fato de que não corríamos o risco da morte ou da tortura a cada passo; na verdade, nós não arriscávamos senão o desaparecimento do nosso projeto que se contrapunha às normas, regras, regramentos em vigor; tratava-se para nós de descobrir o que asilo poderia querer dizer, ao mesmo tempo em que lutávamos em duas frentes; muitos eram aqueles que se manifestavam pela supressão do internamento asilar; nós não éramos absolutamente habilitados a acolher crianças ‘anormais’; nosso procedimento não poderia ser mais precário e não era simples distinguir sobre que quiproquós repousavam as convicções de nossos partidários e adversários, que tinham por sinal em comum a perspectiva da norma em direção a qual teriam necessariamente que tender, mesmo que virtualmente, as crianças que ali se encontravam. Ora, nós estávamos em busca de um modo de ser que lhes permitisse existir, mesmo que modificando o nosso, e nós não levávamos em conta as concepções do homem, quaisquer que elas fossem, e de forma alguma porque nós quiséssemos substituir essas concepções por outras; pouco nos importava o homem; nós estávamos em busca de uma prática que excluía de saída as interpretações se referindo a um código; nós não tomávamos as maneiras de ser das crianças como mensagens confusas codificadas e a nós endereçadas1 .
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Miguel, M. (2015). GUERRILHA E RESISTÊNCIA EM CÉVENNES. A CARTOGRAFIA DE FERNAND DELIGNY E A BUSCA POR NOVAS SEMIÓTICAS DELEUZO-GUATTARIANAS. TRÁGICA: Estudos de Filosofia Da Imanência, 8(1). https://doi.org/10.59488/tragica.v8i1.26803
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