Na Amazônia, as condições naturais de baixa fertilidade e elevada acidez dos solos impõem grandes desafios para a manutenção da produção agrícola. Nessas circunstâncias, a matéria orgânica é essencial para a qualidade dos solos, influenciando seus atributos físicos, químicos e biológicos. O aporte constante de biomassa em uma floresta promove a ciclagem de nutrientes, disponibilizando, em parte, os nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas. O mesmo não ocorre na agropecuária, em que a remoção da cobertura vegetal e a falta de manejo adequado afetam consideravelmente a sustentabilidade dos sistemas de produção. O objetivo deste trabalho foi, portanto, ressaltar a importância da matéria orgânica para a conservação dos solos da Amazônia, destacando os impactos do desmatamento sobre a qualidade do solo e aspectos relevantes para a sua recuperação. Para isso, foram consultados artigos científicos indexados em bases de dados online nos últimos quinze anos, além de livros, dissertações, teses e publicações técnicas. A implantação de sistemas agroflorestais destaca-se como opção para a recuperação de áreas degradadas na Amazônia, ainda que existam diversos desafios para o seu uso, como a falta de informações acerca de quais espécies utilizar em cada situação. A recuperação de solos degradados exige projetos específicos que levem em conta, entre outros aspectos, o uso de espécies-chave para garantir o êxito deste processo, sendo necessários estudos que avaliem o desempenho das espécies melhor adaptadas às diversas condições de clima e solo das áreas a serem recuperadas.
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Frare, J. C. V., Martins, G. C., Freitas, L. de, Oliveira, I. A. de, & Ramos, S. (2023). Bioeconomia na Amazônia: importância da matéria orgânica do solo para a manutenção dos sistemas produtivos. Research, Society and Development, 12(2), e28512240261. https://doi.org/10.33448/rsd-v12i2.40261
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