Paciente com grave ansiedade social automedicou-se com propranolol durante seis anos, em doses de até 320 mg/d. Além do tratamento psicanalítico que já havia iniciado, foi tratada com tranilcipromina, apresentando melhora parcial do quadro fóbico e do abuso do betabloqueador. Após introdução de paroxetina, houve melhora ainda mais pronunciada. Apesar da automedicação com uma substância potencialmente eficaz em alguns casos, perpetuou-se durante anos um grave padrão fóbico de comportamento. O caso exemplifica as dificuldades de procura de tratamento específico pela população de fóbicos sociais. Levanta-se a hipótese da existência de uma prática crescente de automedicação com betabloqueadores entre fóbicos sociais e pessoas com ansiedade de desempenho, problema cuja relevância para a saúde pública ainda não foi pesquisada.A patient with severe social anxiety disorder has taken unprescribed propranolol for six years (up to 320 mg/day). In addition to the psychoanalytic treatment that had been instituted and after the diagnosis and prescription of tranilcipromine, both the social anxiety symptoms and propranolol abuse have improved; after the prescription of paroxetine she underwent a better controlled use of the betablocker. Despite the informal self-prescription for several years, the generalized social anxiety symptoms persisted. This case exemplifies the special difficulty of social phobic patients to seek for treatment. The author formulates a hypothesis that there may be an increasing informal prescription of betablockers among persons with social anxiety disorder and performance anxiety, a problem whose public health importance is still unknown.
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Fontanella, B. J. B. (2003). Ansiedade social e abuso de propranolol: relato de caso. Revista Brasileira de Psiquiatria, 25(4), 228–230. https://doi.org/10.1590/s1516-44462003000400009
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