Resumo: Neste artigo propomos analisar criticamente a educação inclusiva enquanto um dispositivo institucional, constituído na intersecção dos discursos jurídico e administrativo, o que lhe confere uma forma normatizante e tecnicista, com prejuízos para os próprios objetivos da inclusão. A interpelação ética - procedimento construído nas fronteiras do discurso psicanalítico e da abordagem filosófica - nos permite interrogar as raízes desse dispositivo, reabrindo vias de tratamento dos impasses da inclusão, vias fechadas pelo regime do dispositivo. A conversão do olhar - engajamento subjetivo na inclusão - e a higiene simbólica - processo de articulação do saber e do conhecimento - aparecem como duas dessas vias reabertas pela interpelação ética.Abstract: In this article we propose to critically analyze inclusive education as an institutional device, constituted at the intersection of legal and administrative discourses in a process that gives it a normative and technical form, damaging the objectives of inclusion. An ethical interpellation - a procedure developed on the frontiers of psychoanalytic discourse and philosophical approach - allows us to interrogate the roots of this device, reopening ways of dealing with the impasses of inclusion; ways that were closed by the institutional regime. The transformation of perspective - a subjective engagement in inclusion - and the symbolic hygiene - a process of articulation of knowledge and understanding - appear as two instances of the ways reopened by an ethical interpellation.
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Voltolini, R. (2019). Interpelações Éticas à Educação Inclusiva. Educação & Realidade, 44(1). https://doi.org/10.1590/2175-623684847
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