Os tumores do ângulo ponto-cerebelar são um grupo diverso de tumores encontrados freqüentemente na prática do otorrinolaringologista. Representam 10% de todos os tumores intracranianos, sendo fatais se não forem tratados adequadamente. II) Reparos anatômicos do ângulo ponto-cerebelar O ângulo ponto-cerebelar é um espaço latente de forma irregular localizado na fossa posterior cerebral. É delimitado anteriormente pela superfície posterior do osso temporal e posteriormente pela superfície anterior do cerebelo. Medialmente, tem como limite a oliva inferior e superiormente, a borda inferior da ponte e do pedúnculo cerebelar. O limite inferior é constituído pela tonsila cerebelar. Os VII e VIII pares cranianos cursam superior e lateralmente em direção ao conduto auditivo interno (CAI) dentro desse espaço, trazendo com eles uma fina lâmina de tecido aracnóide. Superiormente, o V par é visível, com os IX, X, XI pares cranianos localizados inferiormente. Outras estruturas importantes nesse espaço são o floculus, a abertura lateral do IV ventrículo (forame de Luschka) e a artéria cerebelar ântero-inferior, tendo como ramo a artéria labiríntica, que irriga a cóclea e o labirinto. Os VII e VIII pares cranianos são envoltos em tecido glial durante todo o seu percurso intracraniano. Células de Schwann circundam esses nervos, com início no canal auditivo interno (CAI). A divisão do VIII par nos segmentos coclear e vestibular é variável, podendo ocorrer dentro do espaço subaracnóideo ou na porção medial do CAI. O segmento vestibular subdivide-se em nervo vestibular superior e inferior, ocupando a metade posterior do CAI. Pequenas fibras entre o nervo vestibular superior e o nervo facial (fibras vestibulofaciais) podem ser visualizadas dentro do CAI. O nervo coclear assume uma posição ântero-inferior dentro do CAI, enquanto o nervo facial passa pela porção ântero-superior do mesmo, sendo separado do nervo vestibular superior pela Bill's bar (lâmina vertical). Os nervos facial e vestibular superior, que ocupam a metade superior do CAI, são separados daqueles que ocupam a metade inferior do CAI (nervos vestibular inferior e coclear) pela lâmina transversa. III) Tipos de Tumores 1) SCHWANOMA VESTIBULAR O schwanoma vestibular é o tumor benigno mais comum, com origem na fossa craniana posterior. Recebe outras denominações, como: angioneurofibroma, fibromixoma, entre outras. Entretanto, Schuckneck (1976) considerou o termo neurinoma inadequado para o tumor, já que o mesmo caracteriza-se pela proliferação das células de Schwann. O termo mais correto seria, portanto, schwanoma, sendo neurinoma consagrado pelo uso. Não se sabe com exatidão a atual incidência do schwanoma vestibular, tendo alguns trabalhos mostrado uma taxa que varia de 0.8 a 2.5%. Entre todos os tumores intracranianos, o schwanoma do VIII par representa de 2 a 7% na literatura permanente. Entre os tumores do angulo ponto cerebelar (APC), ele ocorre em cerca de 80 a 90 % dos casos. A incidência anual de casos novos na população geral parece ser da ordem de
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Borges, P. de T. M., Sousa, o de T. M. B. J. M. de, & Altino, A. H. de S. O. (2021). TUMORES DO ÂNGULO PONTO-CEREBELAR. In 1000 questões comentas de Otorrinolaringologia (pp. 237–244). Amplamente cursos e formação continuada. https://doi.org/10.47538/ac-2021-10.19
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