1. Introdução O presente artigo se debruça sobre alguns dos problemas teóricos e empíricos levantados por Mouffe na constituição do que ela chama de nova hegemonia democrática radical e plural, uma preocupação que é o grande leitmotiv que atravessa sua obra como um todo, desde a publicação em 1985, com Ernesto Laclau, de Hegemony and Socialist Strategy. A resposta que ela dá passa, como veremos, pela reafirmação da dimensão " do político " , isto é, do antagonismo contra o paradigma liberal-democrata hegemônico que supõe a possibilidade (e a desejabilidade) do consenso, e que ela denomina genericamente de " modelo de consenso " . Além da conclusão e de uma breve introdução acerca das implicações teóricas das teses de Laclau e Mouffe para a tradição marxista da qual ambos se afastam, o artigo subdivide-se em outras duas seções. A primeira analisa o significado do político em Mouffe e suas relações com o pluralismo agonista advogado por ela, explicitando seus pontos de tensão com o modelo de consenso. Este é o momento dos problemas teóricos. Num segundo momento, a seção seguinte discute algumas implicações desses problemas em relação aos desafios empíricos que enfrenta a prática política contemporânea a fim de avançar em direção a uma democracia radical e plural. O artigo conclui chamando atenção para o que julgamos ser o desafio fundamental do modelo pluralista agonista:
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Bordin, J. G. V. (2015). Contra o consenso: o “político” em Chantal Mouffe e os desafios na construção de uma nova hegemonia democrática radical. Em Tese, 12(1), 126. https://doi.org/10.5007/1806-5023.2015v12n1p126
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