A vida na rua é permeada por fatores de risco para o desenvolvimento saudável, tais como violência, ausência de adultos e cuidadores, drogas e perigos. Esses são desafios constantes e tornam essa população extremamente vulnerável. A exposição e o testemunho diário de situações de risco pode ter um impacto negativo em todas as pessoas, principalmente nas crianças que vivem no contexto da rua. Portanto questiona-se como a rua pode modificar o desenvolvimento dessa população. Este estudo investigou o impacto que a violência e o ambiente da rua podem assumir nas vidas destas. Verificou a percepção dos processos de vitimização e os diferentes papéis que estas crianças podem assumir: vítimas, agressores ou testemunhas. Foram utilizados uma entrevista semi-estruturada e aplicado um instrumento projetivo, denominado SCAN BULLYING – “Scripted-Cartoon Narrative of Bullying”. Dentre os principais resultados destaca-se a transição e a assunção dos diferentes papéis. Todos os participantes identificaram em suas trajetórias pessoais o papel de vítima e, ao mesmo tempo 59% relataram a assunção do papel de testemunha e agressor em situações de vitimização. Constatou-se que a sociedade, a cultura e os estereótipos incrementam o impacto da violência na vida diária e, conseqüentemente, as possibilidades de diversificar papéis no contexto da rua.Palavras-chave: situação de rua; vitimização; violência.
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Paludo, S. D. S., & Koller, S. H. (2005). Quem são as crianças que estão nas ruas: vítimas ou vitimizadoras? Interação Em Psicologia, 9(1). https://doi.org/10.5380/psi.v9i1.3287
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