A cadeia da Arrábida resulta da interação de processos tectónicos e erosivos ao longo de um período de tempo alargado, situado entre o Miocénico médio e a atualidade. O desmantelamento da cadeia processou-se em função da componente de movimentação tectónica, da posição da linha de costa e dos processos erosivos a ela associados, desempenhando a rede hidrográfica um papel fundamental no restabelecimento do equilíbrio dinâmico entre processos endógenos e exógenos. Esta relação está expressa no escalonamento altitudinal de formas erosivas aplanadas e suspensas sobre a rede de drenagem atual, evidenciando uma evolução policíclica do relevo controlada pelo levantamento da Serra da Arrábida, pela subsidência do Sinclinal de Albufeira e pelas oscilações do nível do mar no decorrer do período plio-quaternário. Sobrepõe-se a este processo o rejogo vertical de falhas de orientação NNE-SSW a NE-SW evidenciando um aumento progressivo da deformação de oeste para leste. O presente trabalho pretende contribuir para o conhecimento da geomorfologia da cadeia da Arrábida recorrendo a técnicas de geomorfometria para a extração semiautomática e análise de formas de relevo. Dado o contexto morfotectónico, é dada particular atenção à interferência da tectónica na evolução do relevo.
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Fonseca, A. F., Zêzere, J. L., & Neves, M. (2015). CONTRIBUIÇÃO PARA O CONHECIMENTO DA GEOMORFOLOGIA DA CADEIA DA ARRÁBIDA (PORTUGAL): CARTOGRAFIA GEOMORFOLÓGICA E GEOMORFOMETRIA. Revista Brasileira de Geomorfologia, 16(1). https://doi.org/10.20502/rbg.v16i1.533
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