A sucessão geracional em propriedades rurais, em especial do Sul do Brasil, é caracterizada por um modelo sucessório tardio em que os pais esperam os limites da idade para passar a gestão dos negócios e o patrimônio aos filhos. No entanto, as possibilidades da migração juvenil rural impõem novas perspectivas quanto à sucessão, podendo gerar modelos distintos. O objetivo deste artigo é discutir as formas como vem ocorrendo a sucessão geracional em propriedades rurais buscando identificar a possibilidade de elaboração de novos arranjos referentes ao processo sucessório. O espaço empírico da coleta de dados foi o município de Cruz Alta – RS, através da realização de 31 entrevistas com produtores rurais com sucessão geracional nas propriedades. Para a análise e elaboração dos modelos foram consideradas três variáveis: local de moradia; administração do negócio e gerenciamento da renda. Os resultados apontam uma diversidade de modelos sucessórios. No total, foram elaborados seis modelos que demonstram que a sucessão geracional vem ocorrendo de distintas formas incluindo a possibilidade de os sucessores residirem no meio urbano, com maior ou menor autonomia no gerenciamento dos negócios e da renda. Estes resultados sugerem que o processo da sucessão geracional em propriedades rurais vem acontecendo em propriedades em que os pais motivam a permanência dos filhos garantindo a eles autonomia no gerenciamento de atividades produtivas, moradia e renda como forma de fomentar a sua permanência.
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Moreira, S. D. L., & Spanevello, R. M. (2019). Modelos sucessórios em propriedades rurais: um estudo no município de Cruz Alta/RS. Revista Grifos, 28(46), 27. https://doi.org/10.22295/grifos.v28i46.4563
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