Objetivo: analisar a atividade dos motoristas de ambulância do Serviço Móvel de Urgência (SAMU). Métodos: foi empregada a perspectiva ergológica, que se opera a partir da concepção de vida-saúde-doença postulada por George Canguilhem, e a Ergonomia da Atividade. Foram realizadas onze entrevistas dialógicas com motoristas da Unidade de Terapia Intensiva Móvel, em 2010, no estado da Paraíba. Resultados: os motoristas atribuem as principais dificuldades para realizar o trabalho ao modo de organização prescrita do trabalho no SAMU, à gestão temporal da atividade, à atividade no trânsito, à relação com a população usuária e ao risco de contrair doenças. Em contraposição, os motoristas adquirem sentido no trabalho ao salvarem vidas, em uma conjunção de valores – solidariedade, confiança e cooperação – em relação aos socorridos e aos seus acompanhantes. Quando essa possibilidade não se concretiza, o coletivo de trabalho serve de apoio para que permaneçam na profissão, apesar das frustrações. Conclusão: evidenciou-se que, mesmo diante das variabilidades cotidianas da atividade de trabalho, os motoristas de ambulâncias produzem modos operatórios para dar conta das situações de trabalho, cooperando para solução dos problemas e/ou manejando as imprevisibilidades no trabalho em equipe.Objective: to analyze the work activity of ambulance drivers of the Urgent Medical Aid Service (SAMU). Methods: an ergology-based study which operates according to the conception of life-health-disease postulated by Georges Canguilhem and Activity Ergonomics was carried out. Eleven dialogical interviews were conducted with drivers from the Mobile Intensive Care Unit of Paraíba state, Brazil, in 2010. Results: according to the drivers interviewed, the main difficulties to realize their work result from the organizational way in which the work is prescribed by SAMU, the management of time during the activity, the traffic intensity, the relationship with the service users, and the risk of being contaminated by diseases. In contrast, ambulance drivers acquire meaning to their work when they are able to save lives, within a combination of factors – solidarity, trust and cooperation. When these possibilities are missing, the working group serves as a support for those ambulance drivers who want to remain in their profession despite their frustration. Conclusion: it was possible to observe that, even facing the daily variability of work, ambulance drivers develop operating ways to handle their work situations, cooperating to the solution of problems and/or adjusting to the unpredictability within the teamwork.
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Pinto, F. do M., & Zambroni-de-Souza, P. C. (2015). A atividade de trabalho de motoristas de ambulância sob o ponto de vista ergológico. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 40(131), 49–58. https://doi.org/10.1590/0303-7657000076113
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