Argamassas com substituição parcial do agregado miúdo por pó de mármore

Abstract

Resíduos das indústrias de pedras ornamentais podem tornar-se um grave problema ambiental, pelo grande volume gerado e frequente disposição inadequada. A construção civil está entre os maiores consumidores de recursos naturais não renováveis. A extração de agregados, das margens e leitos dos rios ou depósitos naturais, modificam a paisagem e a biodiversidade. Esse estudo buscou analisar a viabilidade da substituição parcial do agregado natural pelo pó de mármore, em argamassas para assentamento e revestimento de alvenarias. Produziram-se seis misturas, com teores de substituição de 0%, 20% e 40%, em argamassas com dois traços diferentes, de 1:1:6 e de 1:2:9, em volume, fixando-se a relação entre aglomerantes e agregados. Relações água/aglomerantes foram obtidas através de ensaios de espalhamento, num intervalo de 250±20 mm. Foram realizados ensaios de medida porosidade e ensaios mecânicos de resistência à compressão axial e de tração indireta. Resultados mostraram que, ao substituir 20% do agregado pelo pó, houve redução da absorção e do índice de vazios. Porém, elevando-se esse teor para 40%, houve aumento da porosidade da argamassa endurecida. Testes mecânicos mostraram, nos dois traços, variações semelhantes da resistência à compressão, à tração indireta e no módulo de elasticidade. Para traço 1:1:6, substituindo-se 20% do agregado pelo pó, a resistência à compressão aumentou em 10%, comparando-se à argamassa sem substituição. Substituindo-se 40%, a resistência à compressão reduziu-se em 30%. Para o traço 1:2:9, houve redução da resistência à compressão, com o aumento do teor de substituição. O módulo da elasticidade foi maior para o traço 1:1:6, com 20% de substituição. Sob tração indireta, substituindo 20% do agregado, houve aumento de 28,57%, para o traço 1:1:6. Substituindo 40%, houve redução de 32,47%. Para o traço 1:2:9, maiores teores de substituição levaram a menores resistências à tração indireta.