Pesquisas com base no auto-relato de fatores de risco ou morbidade são úteis em saúde pública, principalmente pelo baixo custo e facilidade de coleta, no entanto a acurácia dos dados coletados é importante para a validade interna da investigação. O objetivo deste estudo foi avaliar a concordância entre o auto-relato de diabete mellitus gestacional e registros do cartão da gestante (padrão-ouro). A concordância foi medida por meio da sensibilidade, especificidade, acurácia, estatística kappa e intervalos de 95% de confiança (IC95%). De julho a dezembro de 2007, todas as mulheres que tiveram filhos em três maternidades de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, foram visitadas no pós-parto imediato. Entrevistaram-se 1.047 mulheres, das quais 872 portavam a carteira de gestante; destas, 869 possuíam registro de glicemia. A média de idade foi 26,7 anos. A prevalência de diabetes mellitus gestacional conforme padrão-ouro foi 4,3% (IC95%: 3,0-5,8) e auto-referida, 4% (IC95%: 2,8-5,5). A sensibilidade do auto-relato de diabetes mellitus gestacional foi 72,9% (IC95%: 55,9-86,2); especificidade, 99% (IC95%: 98,1-99,6); acurácia, 97,9% (IC95%: 96,7-98,7); kappa, 74%. Para esta população, auto-relato de diabetes mellitus gestacional é uma informação válida e pode ser usada em estudos de base populacional.Studies based on self-reporting of risk factors or morbidity are useful in public health, due mainly to the low cost and ease of data collection, but the accuracy of the resulting data is important for the internal validity of the research. The aim of this study was to evaluate the agreement between self-reported gestational diabetes mellitus and prenatal care medical records (gold standard). Agreement was measured by sensitivity, specificity, accuracy, kappa statistic, and confidence intervals (95%CI). From July to December 2007, all the women who gave birth in three maternity hospitals in Pelotas, Rio Grande do Sul, Brazil, were visited in the immediate postpartum. 1,047 women were interviewed, of whom 872 were in possession of their prenatal care card; of these, 869 had their blood glucose recorded on the card. Mean age was 26.7 years. Prevalence of gestational diabetes mellitus based on the gold standard was 4.3% (95%CI: 3.0-5.8), while the self-reported rate was 4% (95%CI: 2.8-5.5). Sensitivity of self-reported gestational diabetes mellitus was 72.9% (95%CI: 55.9-86.2); specificity was 99% (95%CI: 98.1-99.6); accuracy 97.9% (95%CI: 96.7-98.7); kappa 74%. For this population, self-reported gestational diabetes mellitus is valid information and can be used in population-based studies.
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Dode, M. A. S. de O., & Santos, I. S. (2009). Validade do auto-relato de diabete mellitus gestacional no pós-parto imediato. Cadernos de Saúde Pública, 25(2), 251–258. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2009000200003
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