Na busca pela sobrevivência e pela prosperidade, em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico, torna-se necessária a procura por estratégias alternativas por parte das organizações. Surgem assim, novas estruturas organizacionais ligadas à formação de redes de relacionamento, particularmente, entre as empresas de pequeno porte. São diversos os estudos sobre o assunto que apontam os benefícios da atuação em redes, especialmente, quando existe uma proximidade geográfica entre os participantes e uma relação de cooperação. Por meio desse artigo, buscou-se analisar a intenção cooperativa e a efetiva estrutura de cooperação em um aglomerado territorial, tendo como principal objetivo conhecer a relação entre a intenção e a prática estratégica sob a perspectiva das teorias de redes interorganizacionais. Nesse sentindo, procurou-se contribuir com o entendimento da formação das relações cooperativas quando se está atuando em redes. A pesquisa foi realizada em um aglomerado territorial turístico, formado por micro e pequenas empresas, localizado em Minas Gerais. A amostra foi selecionada em um mesmo segmento de atuação e representou 38% da população-alvo. Os dados foram coletados mediante a aplicação de um questionário fechado e de uma entrevista semiestruturada. O questionário foi tratado com o emprego de técnicas da estatística descritiva e com a utilização do software Ucinet 6.0, apoiado na teoria de análise de redes sociais. As entrevistas foram interpretadas aplicando-se as técnicas da análise do conteúdo e da análise do discurso, visando complementar as informações qualitativas. Os resultados iniciais apontam para uma significativa intenção de se estabelecer redes de cooperação na amostra selecionada e confirma a existência de relacionamentos cooperativos, apesar de sua baixa intensidade. Ao comparar a relação entre a intenção e a prática, evidenciou-se o descompasso entre os construtos, revelando a superioridade da intenção. Uma das causas dessa diferença foi atribuída à formação de um subgrupo predominante, constituído pelas empresas de maiores recursos, indicando que os esforços individuais tenderão a considerar o grupo específico e não a rede como um todo. Outra característica a ser considerada diz respeito à baixa intensidade da cooperação entre as demais empresas, não pertencentes ao subgrupo principal, o que confirma a necessidade da disponibilidade de tempo e recursos para o desenvolvimento de atividades cooperativas. Porém, tais esforços nem sempre são compartilhados em prol da coletividade, seja por falta de condições ou de interesse. Conclui-se, portanto, que a cooperação, mesmo em um ambiente propício a sua formação, pode ser limitada, dando lugar a um clima de indiferença e até mesmo de competição.
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Oliveira, M. F. de, & Gonçalves, C. A. (2014). ESTRATÉGIA DE COOPERAÇÃO EM REDES: INTENÇÃO E PRÁTICA DE UM AGLOMERADO TERRITORIAL TURÍSTICO. Revista Alcance, 21(2), 234. https://doi.org/10.14210/alcance.v21n2.p234-254
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