O objetivo deste artigo é a partir da análise de um mito sobre as Iá Mi Oxorongá, registrar a importância do culto às “Mães Ancestrais” em certa sociedade africana, suas características arquetípicas e a distribuição de parte desses aspectos nos orixás femininos. O mito escolhido para o estudo é o de nº. [204] referenciado pelo sociólogo Reginaldo Prandi em sua obra Mitologia dos Orixás2. A escolha deste mito se deu por se tratar de um pequeno resumo das características das Iá Mi Oxorongá, sua origem mítica e comportamento. Metodologicamente, dividiu-se o mito em blocos de significado, sendo numeradas as sentenças de 1 a 52 (transcrito em anexo). Buscou-se, trazer à tona o mais significativo em cada bloco, aprofundando o sentido dos períodos em que as características das Iá Mi Oxorongá favorecessem a reflexão. Por fim, quer-se possibilitar uma aproximação pontual na relação de significados entre as religiões africanas e as afro-brasileiras. Tal abordagem se faz importante ao se buscar compreender melhor: (a) os significados do poder feminino na religião africana; e (b) a releitura destes no Candomblé. Com esses elementos fazer um breve apontamento sobre o papel desempenhado pelas mulheres como agentes mantenedoras das tradições culturais afro-brasileiras e dos segredos da religião.
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Santos, I. M. F. dos. (2008). Iá Mi Oxorongá: As Mães Ancestrais e o Poder Feminino na Religião Africana. Sankofa (São Paulo), 1(2), 59. https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2008.88730
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