V. surinamensis (Rol.) (Myristicaceae) é uma árvore com forma piramidal, com 25 a 35m de altura, que possui tronco cilíndrico, folhas simples e pequenas flores amarelas. É nativa das florestas alagádicas da região amazônica. O óleo extraído das sementes é rico em trimististina e pode ser usado na fabricação de velas, sabonetes, cosméticos e perfumes. Além do uso em cosméticos e perfumaria, a planta também possui propriedades terapêuticas e farmacológicas. Entre as propriedades farmacológicas estão as atividades antimicrobiana, larvicida, antitumoral, antinociceptiva e anti-inflamatória, antioxidante, leishmanicida, antimalárica, cercaricida, tripanocida, gastroprotetora e antiulcerogênica. Os metabólitos encontrados, relacionados às atividades mencionadas, foram compostos fenólicos, compostos lignanos e neolignanos e α e β-pineno no extrato hidrofílico, e sementes de ucuúba para atividade antimicrobiana. Nas folhas de V. surinamensis foram encontradas lignina grandsina para atividade larvicida. Para atividade antitumoral foi encontrada a lignana tetraidrofurnica grandisina em folhas de V. surinamensis. O composto grandsina foi relacionado à propriedade antinociceptiva e anti-inflamatória. Já os compostos α tocoferol e β caroteno isolados do extrato metanólico dos rizomas foram relacionados à atividade antioxidante. Compostos como neolignanos, surinamensina, virolina, mistura de hidrocarbonetos em cadeia, glicéridos, ésteres, esteróides e arilpropanóides encontrados no extrato hexânico demonstraram atividade antileishmanicida. O sesquiterpeno nerolidol isolado do óleo essencial de V. surinamensis estava diretamente relacionado à propriedade antimalárica. Os compostos neolignanas virolina sirinamensina isolados das folhas de V. surinamensis estavam relacionados à atividade cercaricida. Para a atividade tripanocida, os compostos veraguensina e grandisina lignanas também isolados das folhas da planta demonstraram tal atividade. Compostos como flavonóides e epicatequina isolados do extrato etanólico de V. surinamensis demonstraram atividade gastroprotetora. Já a epicatequina proveniente da resina de V. surinamensis apontou atividade antiulcerogênica. O presente trabalho revisou as propriedades médicas, terapêuticas e farmacológicas de Virola surinamensis.
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Machado, I. R., Mendes, K. R., Ribeiro, L. P., Costa, F. da S., De Giorge Cerqueira, H., De Minas, R. S., … Arêdes, A. (2021). Estudo Etnobotânico e Farmacológico de Virola surinamensis (Rol.) Warb. (Myristicaceae) – uma Revisão. Biodiversidade Brasileira - BioBrasil, (1). https://doi.org/10.37002/biobrasil.v11i1.1682
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