Resumo Este ensaio aborda os fundamentos que perspectivam o jogo como mediador da prática psicomotora e a centralidade da dimensão lúdica do corpo-em-relação, enquadrado numa dialética entre o corpo real e o corpo imaginário. Através de uma exposição de ideias, que se fundamentam em diferentes áreas do conhecimento, apresentamos algumas linhas orientadoras para que os profissionais da área da saúde, que pretendem atuar de forma terapêutica ou na ajuda ao desenvolvimento da criança, utilizem o jogo-em-relação. Após breves considerações sobre a psicomotricidade como prática-em-relação, equacionamos a gênese do jogo-em-relação e a sua fundamentação teórico-prática, explicitando a importância das vivências sensoriomotoras (gnosicopráxico) e das representações (imaginário-simbólico) no desenvolvimento psicocorporal e psicomotor da criança. Como considerações finais, veiculamos algumas reflexões necessárias para enquadrar o jogo na intervenção terapêutica, reforçando a importância do estabelecimento de uma relação de qualidade. De forma geral, ao longo do texto, abordamos um conjunto de ideias que permitem aos terapeutas, independentemente de serem psicomotricistas, terapeutas ocupacionais ou outros profissionais, refletir sobre a forma de solicitar a função, a sensorialidade e o imaginário, para favorecerem os processos de integração psíquica, ao utilizarem o jogo-em-relação como mediador da sua intervenção.
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Fernandes, J. M. G. de A., Gutierres, P. J. B., & Rezende, A. L. G. de. (2018). Psicomotricidade, jogo e corpo-em-relação: contribuições para a intervenção. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 26(3), 702–709. https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctoen1232
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