Discurso pedagógico deve considerar os meios de comrinicat;5o e as novas tecnologlas no sentido de estabelecer um diálogo crítico com eles, reconhecendo as possibilidades operacionais que abrem para a escola A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, as Diretrizes Curriculares e os novos Parâmetros Curriculares que circulam pelo país postulam maior proximidade entre a escola e os diferentes sistemas e processos comunica-cionais. Vale dizer, agudizou-se a consciência de que já não é mais possível falar em educação sem pensar em comunicação, de modo que tra-tar de forma socialmente responsável do rádio, da televisão, do jornal, da Internet, enfim, das mensagens midiáticas implica estar atento às questões educacionais. A partir da idéia da desejável, possível ou real existência de diálogo entre os discur-sos formais produzidos pela e na escola e os não-escolares, derivados dos meios de comu-nicação, gostaria de discutir alguns pontos que considero importantes. O discurso escolar, com a sua lógica interna, progressividade, distribuição no tempo , hierarquia de conteúdos, fragmentação das disciplinas, indo do ensino fundamental ao universitário, configura um desenho institu-cional que todos conhecemos. A percepção de tal desenho como possibilidade única de produção do conhecimento e de legitimação educativa fez com que a sala de aula se erigisse em uma representação física e dife-renciada sem a qual o verbo conhecer teria dificuldades para ser conjugado. No entanto, os mecanismos de produção informativa e do conhecimento foram extrema-mente descentrados em nosso tempo, como de-corrência dos novos mediadores técnicos e tecnológicos. Desse movimento, patrocinado pelo que poderíamos chamar de discursos institucionais não-escolares, resultou um con-ceito ampliado de educação, no qual se encon-tram os planos formais e não-formais. Ambos têm, contudo, impactos de maior ou menor pro-fundidade e abrangência na vida associativa, seja influenciando os hábitos, comportamentos e ati-tudes, seja possibilitando ensino a distância, seja ajudando a velar ou desvelar manobras ideoló-gicas, seja servindo como recursos para os pro-fessores em suas aulas. Ocorre, contudo, que, se o leque capaz de promover educação foi ampliado, isso não significa que o discurso ins-titucional escolar esteja fazendo dele aprovei-tamento suficiente ou procedente. Um exemplo tópico e localizado des-sas modalidades de discursos institucionais não-escolares com forte presença na vida dos alunos-e dos professores-é o da publici-dade. Daí que algumas experiências peda-gógicas estejam sendo feitas explorando os anúncios, os slogans etc. A questão, no caso, reside em saber até onde o movimento do discurso institucional escolar na direção das formas geradas pelos meios de comunicação é acompanhado de exploração convincente
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Citelli, A. O. (2000). Meios de comunicação e práticas escolares. Comunicação & Educação, 0(17), 30. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v0i17p30-36
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