O PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO E INTERAÇÃO: A BUSCA PELA AUTONOMIA POR PESSOAS EM SITUAÇÃO DE REFÚGIO NO BRASIL

  • PEREIRA G
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Resumo Este trabalho apresenta uma investigação sobre o Português como Língua de Acolhimento (PLAc) e sua importância para as pessoas em situação de refúgio. Procuramos traçar um perfil do refugiado no Brasil e trazer alguns dados sobre os cursos de PLAc na cidade de São Paulo. Ao mesmo tempo, procuramos evi‑ denciar a importância do aprendizado do português no processo de integração e interação. ciado no ensino da língua portuguesa: os refugiados. Eles não podem ser vistos como estudantes " comuns " devido às suas diversas particularidades. Diante dos fatos, a preocupação com o ensino de português passa a ter um complicador: um público ainda mais específico, cuja caracterização vai além dos dados pessoais (gênero, idade e formação), do grupo linguístico a que pertencem e da necessidade de ampliação de seus conhecimentos para atingir determinado nível de proficiência. Essas características englobam uma nova categoria de investigação que diz respeito às condições necessárias para o aprendizado da língua, para além da proficiência: a sobrevivência do refugiado no país que o acolhe. A expressão " língua de acolhimento " surge no contexto português após o aumento dos movimentos migratórios para Portugal, sobretudo no ano 2000, procedentes de países do leste europeu e dos continentes africano e asiático. Ançã (2002, 2003) defende o uso da designação " língua de acolhimento " , numa tradução emprestada de Lüdi e Py (1986), para situações de aprendiza‑ gem da língua portuguesa pelos imigrantes. Para Grosso (2008), o conceito de " língua estrangeira " no contexto do refugiado é politicamente marcado e omitido nos cenários coloniais pelo fato de apenas uma língua (a do colonizador) ser reconhecida. Evita ‑se também o uso da expressão " língua estrangeira " por ela ser considerada " ostracizante " , conforme afirmado por Grosso (2010), ou seja, marginalizante, que insulta, isola ou até mesmo exclui. A população de migrantes, como atesta Grosso (2010), enfrenta um pro‑ blema comum: a barreira linguística, recorrentemente referida como origem de mal ‑entendidos, de preconceitos de quem chega e de quem acolhe. Nesse contexto – o do recém ‑chegado a Portugal que precisava se comunicar em português para se estabelecer no país de acolhimento –, surge o conceito de língua de acolhimento, cuja aprendizagem era essencial à melhoria da quali‑ dade de vida e à integração dos migrantes na nova sociedade em que se pre‑ tendiam inserir. Ançã (2005, p. 39) acredita que: O grande desafio actualmente é repensar o papel da Língua Portuguesa na sociedade e na escola onde a diversidade linguística e cultural se faz sentir, de modo a que o Português seja, de facto, uma língua de acolhimento, no seu sentido literal (refúgio em casa, forte cidade, praça).

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PEREIRA, G. F. (2017). O PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO E INTERAÇÃO: A BUSCA PELA AUTONOMIA POR PESSOAS EM SITUAÇÃO DE REFÚGIO NO BRASIL. Cadernos de Pós-Graduação Em Letras, 17(1). https://doi.org/10.5935/cadernosletras.v17n1p118-134

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