Este artigo objetiva compreender, por meio de um estudo comparativo, como a identidade cultural indígena é representada nas narrativas apresentadas na Carta de Pero Vaz de Caminha e na revista em quadrinhos Especial Brasil 500 Anos − Zé Carioca, à luz de estudos antropológicos sobre identidade e processos culturais. Compreende-se que a revista é quase que uma ilustração contemporânea da carta de Caminha, uma vez que ambos retratam as diferenças culturais que há entre os povos indígenas e portugueses, representando a imagem do colonizador com fortes princípios morais, religiosos e de dominação, em oposição à imagem do nativo atrasado, sem cultura e ambição, estagnado no tempo à espera de quem explorasse seus recursos e potencialidades. As narrativas, textual e imagética, criam estereótipos que contribuem para a situação de invisibilidade, apagamento e silenciamento da identidade cultural indígena, sobretudo ao depreciá-la diante da cultura eurocêntrica do colonizador.
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Biavatti, C. A., Feitosa, L. B., Vizolli, I., & Demarchi, A. L. C. (2020). De Caminha a Zé Carioca: invisibilidade, apagamento e silenciamento da identidade cultural indígena. Tellus, 59–79. https://doi.org/10.20435/tellus.v0i42.678
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