CONTEXTO: O estigma e a discriminização são os principais obstáculos aos cuidados às pessoas com perturbação mental. Os estudos re- alizados com estudantes de saúde do ensino superior referem que estes possuem níveis de estigma acentuados. OBJETIVO(S): Este estudo pretendeu avaliar o nível de estigma em saúde mental dos estudantes de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) e comparar as suas atitudes face à doença mental. METODOLOGIA: Estudo quantitativo, descritivo-correlacional transversal, numa amostra não probabilística de conveniência de 573 estu- dantes de Cursos de Saúde. Recolha dos dados através de um questionário de autopreenchimento, constituído por questões sociodemográ- ficas e a Versão portuguesa de Attribution Questionnaire (AQ 27). RESULTADOS: No total da amostra verifica-se a presença de estigma baixo a moderado em todos os cursos. A presença moderada de es- tigma tem predominância na expressão de pena face ao doente mental, coerção e segregação. O valor mais baixo de estigma verificou-se na expressão de irritação. Há diferenças significativas nos diferentes cursos face ao estigma no geral e respeitantes às atitudes estigmatizantes de responsabilidade, irritação perigosidade, ajuda, evitamento. Os testes Poshoc opõem sempre a Terapia Ocupacional aos restantes cursos. CONCLUSÃO: Os valores de estigma não são elevados nos diferentes grupos de estudantes, sendo que os estudantes de Terapia Ocupacio- nal são os que evidenciaram menor estigma. Foram identificadas atribuições potencialmente estigmatizantes que carecem de intervenção, apontando a necessidade de repensar as estratégias pedagógicas no sentido da redução do estigma.
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Querido, A., Tomás, C., & Carvalho, D. (2016). O estigma face à doença mental nos estudantes de saúde. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, (Spe. 3). https://doi.org/10.19131/rpesm.0120
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