As meninges podem ser infectadas por bactérias patogênicas que resultam em uma resposta inflamatória desregulada no organismo, levando a um quadro clínico grave, com alta possibilidade de óbito e sequelas neurológicas, denominado meningite. Os principais agentes patogênicos associados a essa infecção são o Streptococcus pneumoniae (S. pneumoniae), a Neisseria meningitidis (N. meningitidis) e o Haemophilus influenzae (H. influenzae), que frequentemente colonizam a nasofaringe de crianças e adolescentes e se disseminam hematologicamente. Os bebês de até dois meses de idade são a faixa etária mais comumente acometida pela meningite bacteriana (MB), em comparação com outras faixas etárias. A patogênese da meningite bacteriana aguda envolve a colonização nasofaríngea, a invasão da corrente sanguínea e da placa cribiforme, a associação com outros agentes infecciosos, a bacteremia e a translocação para o sistema nervoso central (SNC). Em alguns casos, a bactéria pode invadir diretamente o SNC através dos gangliosídeos, da aderência ao bulbo olfatório ou da infiltração de fagócitos. Ademais, a doença está associada a fatores de risco como a não vacinação, países de baixa renda, alterações anatômicas, idade <5 anos e alterações da resposta imune. Essa infecção pode resultar em sequelas agudas ou a longo prazo, incluindo transtornos comportamentais, além de fatores socioeconômicos e biológicos, como baixo desempenho escolar e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.
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Schott, A. dos R., Araujo, J. V. G., Alvarenga, A. C. A., Yochida, B. M. R., Pohlmann, B. K. F., Duarte, J. M. D. C., … Conterini, M. V. (2023). Meningite bacteriana na infância e adolescência - perspectivas atuais e desafios futuros. Brazilian Journal of Development, 9(4), 12731–12744. https://doi.org/10.34117/bjdv9n4-014
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