Não multiplicar o indivíduo inutilmente

  • Pinto L
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Abstract

O artigo tenta distinguir os problemas que dizem respeito à noção de indivíduo. Partindo da ideia de que não se podem dissociar, num plano lógico, indivíduo e predicado, o texto sublinha que a sociologia tem a ver com uma construção, o "indivíduo epistêmico" (P. Bourdieu), e recusa o argumento antiobjetivista que consiste em erigir indivíduos inclassificáveis que seriam portadores de paradoxos. Além disso, opor o indivíduo moderno aos determinismos de outrora é um impasse, no mínimo porque ele repousa sobre a ideia indefensável de que o social seria uma opção revogável da qual poderíamos nos liberar. Enfim, a filosofia dos teóricos pós-modernos do individualismo e das redes é uma forma de escatologia, contestável ao mesmo tempo por seus pressupostos nocionais e pelas suas implicações sociológicas. Na medida em que os benefícios teóricos e empíricos da noção de indivíduo são pequenos, ela merece ser colocada de lado até nova ordem.The article is an effort to distinguish the problems linked to the notion of individual. Arguing that we cannot sever, on the logical level, individual from predicate, the author underlines that sociology has to do with a construct, the "epistemic individual" (P. Bourdieu) and rejects the anti-objectivist point asserting that individuals are necessary to clarify some paradoxes. Moreover, to oppose modern individuals to formerly determinisms is a deadlock, at least because it implies the idea that social would be a reversible option from which we could get free. Finally, the philosophy of postmodern theoricians about individualism and networks is a kind of eschatologism whose conceptual presuppositions as well as sociological implications are questionable. Since the benefits of the notion of individual, theoretically or empirically, are weak, that notion itself deserves to be put aside, until further notice.

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Pinto, L. (2009). Não multiplicar o indivíduo inutilmente. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, (77), 205–225. https://doi.org/10.1590/s0102-64452009000200007

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