“Mas se o homem cuidar da saúde fica meio que paradoxal ao trabalho”: relação entre masculinidades e cuidado à saúde para homens jovens em formação profissional

  • Barros C
  • Gontijo D
  • Lyra J
  • et al.
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Resumo Este estudo objetivou compreender como homens jovens em formação profissional relacionam masculinidades e cuidados à saúde no contexto do trabalho. Por meio de uma abordagem qualitativa, foram realizadas entrevistas individuais com 27 homens jovens, com idades entre 17 e 19 anos, matriculados em cursos técnicos vinculados ao Programa Jovem Aprendiz de uma escola técnica localizada em Recife/PE. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo temática. O software Atlas.ti foi utilizado para auxiliar na organização do material produzido. O processo de análise resultou em duas categorias temáticas: “Dificuldades para promoção/prevenção à saúde” e “Possibilidades de promoção/prevenção à saúde”. Na primeira categoria, os jovens afirmaram que a rotina de atribuições, o fato de os homens priorizarem outras atividades e a forma como os serviços de saúde estão organizados dificultam para que homens jovens trabalhadores envolvam-se em ações de cuidado à saúde. Citaram também a concepção de que adolescentes têm dificuldades para buscar ações de promoção/prevenção da saúde. Na segunda categoria, os jovens apontaram que os cuidados à saúde acontecem por meio da manutenção de hábitos saudáveis ou no apoio fornecido pelos locais de trabalho. Os resultados apontaram diferentes maneiras de relacionar masculinidades e cuidados à saúde, com destaque para a reprodução de valores que reforçam essa relação baseada em modelos hegemônicos. Diante disso, observa-se a necessidade de práticas de educação em saúde, no intuito de desconstruir estereótipos e fortalecer a importância da prevenção e promoção da saúde entre homens jovens.Abstract This study sought to understand how young men in vocational training, relate masculinities and health care within the work environment. Through a qualitative approach, individual interviews were conducted with 27 young men, aged from 17 to 19 years, all enrolled in technical courses, connected to the program Jovem Aprendiz of a technical school located in Recife, PE. The interviews were recorded, transcribed, and subjected to thematic content analysis. The Atlas.ti software was used to assist in the organization of the material produced. The analysis resulted in two thematic categories: “Difficulties to promote/prevent health care” and “Possibilities of promotion/prevention of health care”. In the first category, the interviewees said that routine tasks, the fact that men prioritize other activities, and the way health care services are organized make it difficult for young male workers to be involved in health care actions. They also mentioned the idea that adolescents have difficulties to seek health care promotion and prevention actions. In the second category, the participants mentioned that health care occurs through the maintenance of healthy habits or support provided by workplaces. The results showed different forms of relating masculinities and health care, with emphasis on the reproduction of values that reinforce this relationship based on hegemonic models of masculinity. Thus, we observed that there is need for health education actions to deconstruct stereotypes and strengthen the importance of the prevention and promotion of health care among young men.

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Barros, C. T., Gontijo, D. T., Lyra, J., Lima, L. S. de, & Monteiro, E. M. L. M. (2018). “Mas se o homem cuidar da saúde fica meio que paradoxal ao trabalho”: relação entre masculinidades e cuidado à saúde para homens jovens em formação profissional. Saúde e Sociedade, 27(2), 423–434. https://doi.org/10.1590/s0104-12902018166057

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