Correlatos valorativos do sexismo ambivalente

  • Belo R
  • Gouveia V
  • Raymundo J
  • et al.
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Abstract

Resumo O presente estudo teve como objetivo principal conhecer em que medida os valores humanos se correlacionam com o sexismo ambivalente e suas dimensões hostil e benévola. Participaram 301 pessoas da população geral de João Pessoa, provenientes de diferentes classes sociais. Suas idades variaram de 18 a 72 anos (m=29,5; dp=11,58), sendo a maioria do sexo feminino (54,2%), católica (56,8%), solteira (53,2%) e com curso superior (53,5%). Estas responderam o Inventário de Sexismo Ambivalente e o Questionário dos Valores Básicos, além de uma lista com 5 perguntas sócio-demográficas. Os resultados podem ser sumarizados como segue: 1) as duas dimensões do sexismo (benévolo e hostil) se mostraram diretamente correlacionadas entre si; 2) os homens mostraram maior pontuação em sexismo hostil do que as mulheres, embora não diferenciassem em termos do sexismo benévolo; 3) os participantes com pouco estudo, com uma religião definida (católica ou protestante) e de classe social baixa se mostraram mais sexistas; e, finalmente, 4) aqueles com maior pontuação nos valores normativos (obediência, religiosidade) apresentaram maior índice de sexismo, enquanto que os que o fizeram nos valores suprapessoais (beleza e conhecimento) obtiveram as menores pontuações nesta forma de expressão do preconceito. Estes resultados corroboram a concepção de que pensamentos, crenças e comportamentos conservadores tendem a promover o sexismo, ao passo que as pessoas orientadas ao universalismo, que são autodirigidas e não se prendem a preceitos específicos, tendem a ser menos sexistas. Palavras-chave: Sexismo hostil; sexismo benévolo; valores humanos. Value Correlates of Ambivalent Sexism Abstract This study aimed at knowing the extent to which the human values and ambivalent sexism correlated with each other and with both sexism dimensions: hostile and benevolent. A sample of 301 individuals deriving from different social classes of João Pessoa took part in the present study. Their ages ranged from 18 to 72 years old (m=29.5; sd=11.58). The sample was composed mostly of women (54.2%), catholic (56.8%), single (53.2%) and university graduates (53.5%). They answered the Ambivalent Sexism Inventory, the Basic Values Questionnaire and a set of demographic questions. The results can be abridged as follows: 1) Both sexism dimensions (hostile and benevolent) correlated with each other; 2) men showed higher scores in hostile sexism than women, although no difference between them was found on benevolent sexism scores; 3) participants deriving from lower social classes, with a specific religion (Catholic and Protestant) and less time of study presented higher sexism scores; and 4) those who scored high on normative values (obedience and religiosity) also presented a high score on ambivalent sexism, while the participants with high scores on suprapersonal values (beauty and knowledge) scored lower on this kind of prejudice. These results corroborate the idea that conservative thoughts, beliefs and behavior tend to promote ambivalent sexism. Otherwise, self-directed people who are oriented to universalism and are not attached to specific principles tend to be less sexists.

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Belo, R. P., Gouveia, V. V., Raymundo, J. da S., & Marques, C. M. C. (2005). Correlatos valorativos do sexismo ambivalente. Psicologia: Reflexão e Crítica, 18(1), 7–15. https://doi.org/10.1590/s0102-79722005000100003

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