Breve comentário de um trecho célebre do diálogo entre Ulisses e a psukhé de Aquiles no Hades (Odisséia XI, 478-491), a partir da discussão da hipótese de leitura de Karl Rüter que percebeu aí uma inversão dos papéis tradicionais dos dois heróis em tensão: Ulisses deplorando os sofrimentos do seu nóstos («retorno») e exaltando o kléos («glória») de Aquiles, e a psukhé de Aquiles, por sua vez, desprezando o seu kléos imperecível e valorizando, face ao estado ínfimo de morto, qualquer forma de vida (mesmo a socialmente mais baixa), ou seja: a continuidade da vida implícita no nóstos.A brief commentary on a famous passage of the dialogue between Ulysses and Achilles’ psyche in the Hades (Odyssey XI, 478-491), based on the discussion of the hypothesis of Karl Rüter who noticed there an inversion of the traditional roles of the two heroes in conflict: Ulysses deplores the sufferings of his nostos («regress») and exalts the kleos («glory») of Achilles; Achilles’ psyche, on its turn, disdains his non-perishable kleos and values, having before him the undermost state of the dead, any form of life (even the lowest in society), that is: the continuity of life implied in the nostos.
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Assunção, T. R. (2003). Ulisses e Aquiles repensando a morte (Odisséia XI, 478-491). Kriterion: Revista de Filosofia, 44(107), 100–109. https://doi.org/10.1590/s0100-512x2003000100008
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