Em Portugal, a base da organização do socorro às populações continua assente nas Associações/Corpos de Bombeiros Voluntários. Este modelo de voluntariado denota algumas fragilidades, quer na componente associativa, designadamente na área da gestão, quer na componente operacional, onde, apesar da sentida evolução, não só ao nível da formação inicial e contínua, mas também ao nível da cultura da segurança individual e coletiva, muito há ainda para fazer. Não estando em causa o valor insubstituível do voluntariado, o carinho e a simpatia das comunidades pelos seus bombeiros, impõe-se uma melhoria substancial na formação e treino, principalmente ao nível do topo da hierarquia, onde são mais evidentes as falhas. Obviamente que, em todo este processo de mudança e transformação, a formação e o treino são cruciais para um socorro eficaz e de qualidade, e em que a resposta da Escola Nacional de Bombeiros, autoridade pedagógica de formação de bombeiros, é essencial neste tempo de mudança. Trata-se de um novo paradigma, um desafio que necessariamente terá de envolver o Estado e as instituições que prestam socorro em Portugal, mas que, além disso e no essencial, é um desafio na mudança de mentalidades e na coragem de encetar um novo rumo no que ao socorro diz respeito.
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Reis, J. C. (2018). Bombeiros – o novo paradigma. Territorium, (26(II)), 181–188. https://doi.org/10.14195/1647-7723_26-2_13
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