O fenômeno da fragmentação mundial produziu uma nova ordem nas relações de poder, estabelecendo uma nova tensão entre os de “cima” contra os de “baixo”, verticalizando o antigo eixo geopolítico leste/oeste da Guerra Fria. Os elementos formadores das identidades oprimidas aspiram à afirmação de um modo de ser, constituindo o caráter ontológico da personali- dade coletiva. Percorrer as razões teóricas que alimentam o pensamento e a ação terrorista, suas estratégias e táticas discursivas, é o objetivo desse traba- lho. Uma ontologia da violência brota do interior dos conceitos foucaultianos – microfísica, biopoder, sujeito, liberdade, jogos de verdade, cinismo –, destruin- do tudo com seu poder avassalador. Na nova ordem mundial, o terrorismo enquanto ação pontual é o contraponto ao poder dominante, como presença ameaçadora e difusa, agindo pela surpresa, disseminando medo e destruição por onde passa. PALAVRAS-CHAVE: violência, terrorismo, poder, biopoder, cinismo, racismo, 11 de setembro de 2001.
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Wellausen, S. da S. (2002). Terrorismo e os atentados de 11 de setembro. Tempo Social, 14(2). https://doi.org/10.1590/s0103-20702002000200005
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