Lewis Henry Morgan costuma seragrupado com McLennan, Lubbock e Tylor comoum dos evolucionistas de gabinete cuja obra é men-cionada no início de cursos de antropologia, mascuja leitura não é recomendada. Na verdade, Mor-gan foi um pioneiro da pesquisa de campo, cujo pri-meiro projeto teórico foi provar a unidade humanae a origem asiática dos povos ameríndios, utilizandopara isso um método que pode legitimamente serchamado de estrutural. O evolucionismo de Mor-gan, ou o que ele chamou de “explicação conjetu-ral” da diversidade de terminologias de parentescopor meio de uma sequência progressiva de formasde família, foi um adendo à sua monumental obraSistemas de Consanguinidade e de Afinidade na Fa-mília Humana, publicada em 1871. A “explicaçãoconjetural” é o foco central de sua obra mais conhe-cida que é A Sociedade Antiga, publicada em 1877.Mas, ainda que esta segunda obra não tivesse sidopublicada, Morgan mereceria o reconhecimento deter sido o criador do objeto “sistema de parentesco”,de ter criado um método para estudá-lo, e de terrealizado um esforço de pesquisa comparativa semigual até os dias de hoje. Lewis Morgan foi aindaum pioneiro na pesquisa de sistemas políticos, daarquitetura e da comensalidade de indígenas ame-ríndios, além de ter sido um naturalista que defen-deu os seres “mudos”, a quem atribuiu inteligênciaigual em sua natureza à dos seres dotados de fala.
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Almeida, M. W. B. de. (2010). Lewis Morgan: 140 anos dos Sistemas de Consanguinidade e Afinidade da Família Humana (1871-2011). Cadernos de Campo (São Paulo - 1991), 19(19), 309–322. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v19i19p309-322
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