Embora o transtorno bipolar (TB) ocorra quase igualmente em ambos os sexos, a fenomenologia e o curso da doença diferem no homem e na mulher. No entanto, há evidências de que mulheres bipolares, mais que os homens, apresentariam início mais tardio (em especial na quinta década de vida), ciclagem rápida, mais episódios depressivos, mais mania disfórica que eufórica, estados mistos e evolução do tipo bipolar II, ainda que os achados nem sempre sejam consistentes. Embora o risco de comorbidades no TB inclua, para ambos os gêneros, abuso de álcool e drogas, homens bipolares teriam maior probabilidade de ser alcoolistas, não procurar tratamento e de se suicidar. Hipóteses sugeridas para explicar tais diferenças variam daquelas centradas em aspectos culturais ou psicológicos para as que focalizam os sistemas hormonais, como os esteróides gonadais ou o eixo tireoidiano, e até mesmo a anatomia cerebral. A influência do ciclo reprodutivo (ciclo menstrual, gravidez e menopausa) sobre as opções terapêuticas no tratamento do TB é apresentada na última parte desta revisão.(AU)
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Dias, R. da S., Kerr-Corrêa, F., Torresan, R. C., & Santos, C. H. R. dos. (2006). Transtorno bipolar do humor e gênero. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), 33(2), 80–91. https://doi.org/10.1590/s0101-60832006000200008
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