Este texto busca analisar o discurso sobre a mulher na Antiguidade, levando em conta dois universos distintos: primeiro, sob o prisma de Aristófanes com seu discurso cômico; segundo, sob o prisma de Platão com a ideia da guardiã na República. Ambos os discursos buscam expressar o universo feminino na Antiguidade, um utiliza a caricatura outro a excepcionalidade de posição. Porém, percebemos que nos dois discursos há a possibilidade de atuação de poderes femininos paralelos ao poder legislativo efetivo. Tecemos notas sobre a comédia aristofânica, uma forma literária que também poderá ser compreendida como um modo de revelar redes sociais informais entre as mulheres, bem como suas possibilidades de associação. O ideal de mulher pura e submissa expresso nos discursos legislativos da Antiguidade contrastam com o caricato apresentado por Aristófanes e pela construção da guardiã em Platão. Tais discursos demonstram que elas tinham mais liberdade do que transparecem os textos legislativos da época, fazendo-nos recolocar as questões da diferença entre a vida do discurso e a vida cotidiana.
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Franklin, K. (2016). Aristófanes e Platão: discursos sobre a mulher na Antiguidade. Nuntius Antiquus, 12(1), 91–116. https://doi.org/10.17851/1983-3636.12.1.91-116
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