Mundialização dos mercados e padrões de qualidade: “vinho, o modelo francês em questão” Certos autores chamam a atenção para o fato de que a concorrência entre as empresas tomou a forma de uma competição pelo poder de regulamentação e a imposição de um estilo de produção. Empresas dominantes conseguem criar barreiras à entrada de no- vos competidores, barreiras essas que podem assumir uma forma jurídica e cultural. Suas estratégias consistem essencialmente em estabilizar as normas de produção que impedem os concorrentes de entrar no mercado. O objetivo deste artigo é compreen- der, a partir do caso da produção vitícola francesa, como é possível um questionamento dessa estabilização dos mercados. O estudo do mercado do vinho é muito mais interes- sante porque as inovações tecnológicas, com freqüência na origem das transformações das relações de força nos mercados de produtos industriais, são aqui excluídas em nome de uma institucionalização da raridade, construída sobre a valorização de métodos “tradicionais” e pela delimitação de certas zonas privilegiadas de produção.
CITATION STYLE
Garcia-Parpet, M.-F. (2004). Mundialização dos mercados e padrões de qualidade: vinho, o modelo francês em questão. Tempo Social, 16(2), 129–150. https://doi.org/10.1590/s0103-20702004000200006
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.