Lévi-Strauss fala sobre o uso de fichas e fichários como artefatos mediadores de sistematizações antropológicas desde a sua vinda a São Paulo em 1935 até a fundação do Laboratório de Antropologia Social em 1960. Suas diferentes figurações deste artefato de papel oferecem uma perspectiva rica sobre a produção do saber antropológico, de suas modalidades de hipotetização e teste, e de sua institucionalidade, e figuram a ele, reciprocamente, não apenas como grande autor, mas como homem de instituição. Uma aproximação à noções peircianas de signo e de abdução permite, ainda, vislumbrar uma abordagem genética sobre o conhecimento antropológico, e convidar à consideração do uso de artefatos de papel na produção da evidenciação e do rigor na disciplina.
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Valentini, L. (2018). O meio de ter ideias imprevistas: Lévi-Strauss, fichas e fichários. Campos - Revista de Antropologia, 18(1–2). https://doi.org/10.5380/cra.v18i1-2.56747
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