O presente trabalho analisa a (re)criação de vozes silenciadas pelo colonizador em A gloriosa família, obra publicada pelo escritor angolano Pepetela em 1997. Se o romance tem Baltazar van Dum como protagonista, não é ele, entretanto, quem nos apresenta os fatos, mas sim seu inseparável escravo, um narrador analfabeto e mudo de nascença. Por meio de tal impossibilidade de base essencialmente metaficcional, Pepetela problematiza a marginalização operada pela destituição da palavra, reforçando-a como elemento crucial para a construção de subalternidades. Para tratarmos das estratégias utilizadas pelo autor para a composição da fala do sujeito subalterno, emudecido pela violência colonial portuguesa, recorreremos a pesquisadores como Homi K. Bhabha (2007, 2010), Linda Hutcheon (1991), Mbembe (2014) e Gayatry Spivak (2010).
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Sousa Dias, M. (2020). “Pode o subalterno falar?” Revista Odisseia, 5(1), 120–140. https://doi.org/10.21680/1983-2435.2020v5n1id20573
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