Objetivo: Compreender o cenário da EM em relação aos aspectos epidemiológicos, diagnósticos, progressão, tratamento e comorbidades no sistema público brasileiro. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo e observacional utilizando os sistemas de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS). Os dados utilizados foram obtidos por meio da base de dados do Sistema Ambulatorial/Sistema de Procedimentos de Alta Complexidade (SIA/SUS). Nessa base, o vínculo de registros foi por meio do Cadastro Nacional de Saúde (CNS). Para a quantificação de dados epidemiológicos, foram coletados os dados do Código de Endereçamento Postal (CEP), sexo e data de nascimento, além das bases de geolocalização dos pacientes. Considerou-se como desfecho primário a descrição epidemiológica da população de pacientes em uso ou que usaram MMCD para o tratamento da EM. Como desfecho secundário, consideraram-se as características dos pacientes (gênero, idade, idade ao diagnóstico e comorbidades). Resultados: Foram incluídos na análise 45.011 pacientes. Identificou-se predominância de pacientes do gênero feminino (72,9%) e com idade entre 31 e 60 anos (61,23%) diagnosticados com CID G35 no primeiro registro. A taxa de incidência de pacientes com EM foi maior (2,7 pacientes/100 mil habitantes) na região Sudeste, seguida pela região Sul (2,2 pacientes/100 mil). A prevalência na região Sul teve a maior taxa (18 pacientes/100 mil), seguida pelo Sudeste (16,7 pacientes/100 mil). As betainterferonas e o acetato de glatirâmer foram os medicamentos mais utilizados no primeiro tratamento. O acetato de glatirâmer foi o mais utilizado para o segundo tratamento no período de 2011 até 2017. Em 2018, os MMCD mais utilizados como segundo tratamento foram fingolimode e natalizumabe. A partir de 2019, fingolimode, fumarato de dimetila e natalizumabe foram os medicamentos mais utilizados como segundo tratamento, permanecendo nessa ordem até 2021. Para o terceiro tratamento, o natalizumabe foi o medicamento mais utilizado até 2017. Após esse período, o fingolimode passou a ser mais usado. Desde 2019, com o acesso ao fumarato de dimetila, os medicamentos mais prescritos foram, em ordem decrescente, fingolimode, natalizumabe e fumarato de dimetila. Conclusão: Estabelecer uma análise epidemiológica dos pacientes que usam MMCD para o tratamento da EM no Brasil, além do padrão de tratamento, são dados essenciais para a promoção do tratamento da EM de forma adequada, bem como para a implementação de políticas públicas locais, regionais e nacionais.
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Yazawa, P. (2023). Prevalência da esclerose múltipla em pacientes tratados com medicamentos modificadores do curso da doença utilizando dados do Sistema Único de Saúde brasileiro. Jornal Brasileiro de Economia Da Saúde, 15(1), 12–23. https://doi.org/10.21115/jbes.v15.n1.12-23
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