As profissões imperiais, assim Edmundo Campos Coelho, um sociólogo das profissões, designa as profissões (engenheiro, médico e advogado) que se constituíram e foram as primeiras a ganhar regulamentação a partir de 1822, primórdios da fase imperial brasileira e momento que marca o início da institucionalização e do regramento da vida dos brasileiros depois da ruptura com a metrópole colonial. Interessa-nos essa análise na medida em que nos ajuda a compreender como a Psicologia constituiu a sua própria institucionalização e como ela encontra espaço social para avançar como profissão considerada necessária e importante para os diversos campos em que atua. Nenhuma profissão sobrevive se não é considerada socialmente relevante e demandada pela população. Desse ponto de vista, qual a importância social da Psicologia e qual seu futuro imediato no Brasil, considerando que estamos ultrapassando a barreira dos 200 mil psicólogos com registro no sistema Conselhos de Psicologia (aptos a atuarem profissionalmente)? Isso significa que atingimos o padrão de cobertura considerado adequado pela Organização Mundial de Saúde para a nossa população. Temos psicólogos suficientes para garantir o atendimento psicológico em todos os segmentos da saúde, do trabalho, da educação, da Justiça, dos meios de comunicação e de tantas outras áreas em que hoje esse profissional está inserido. Essa condição é suficiente para o que pretende a profissão, considerando as ações das entidades de classe? A população foco dos serviços prestados reconhece o valor dessa profissão? São questões que indicam a condição organizativa em que nos encontramos hoje, cinquenta anos depois da regulamentação da profissão. Esse patamar de nossa organização e de nossa atividade profissional é indicativo de maturidade do campo profissional e, ao mesmo tempo, indicativo de que há muito a se construir. Diz a música popular que, “se muito vale o que foi feito, mais vale o que virá”. O que nos reserva esse futuro e qual a potência dessa profissão é o que discutiremos a seguir.Las profesiones imperiales, así Edmundo Campos Coelho, un sociólogo de las profesiones, designa las profesiones (ingeniero, médico y abogado) que se constituyeron y fueron las primeras a ser reglamentadas a partir de 1822, a principios de la fase imperial brasileña y momento que marca el inicio de la institucionalización y del reglamento de la vida de los brasileños después de la ruptura con la metrópolis colonial. Nos interesa ese análisis en la medida en que nos ayuda a comprender cómo la Psicología constituye su propia institucionalización y cómo ella encuentra espacio social para avanzar como profesión considerada necesaria e importante para los diversos campos en que actúa. Ninguna profesión sobrevive si no es considerada socialmente relevante y demandada por la población. Desde ese punto de vista, ¿cuál es la importancia social de la Psicología y cuál es su futuro inmediato en el Brasil, considerando que estamos ultrapasando la barrera de los 200 mil psicólogos con registro en el sistema de Consejos de Psicología (aptos a actuar profesionalmente)? Eso significa que alcanzamos el estándar de cobertura considerado adecuado por la Organización Mundial de la Salud para nuestra población. Tenemos psicólogos suficientes para garantizar el atendimiento psicológico en todos los segmentos de la salud, del trabajo, de la educación, de la Justicia, de los medios de comunicación y de tantas otras áreas en que hoy ese profesional está inserido. ¿Es esa condición suficiente para lo que pretende la profesión, considerando las acciones de las entidades de clase? ¿Reconoce la población foco de los servicios prestados el valor de esa profesión? Son cuestiones que indican la condición organizativa en que nos encontramos hoy, cincuenta años después de la reglamentación de la profesión. Ese nivel de nuestra organización y de nuestra actividad profesional es indicativo de madurez del campo profesional y, al mismo tiempo, indicativo de que hay mucho a ser construido. Dice la música popular que, “si mucho vale lo que fue hecho, más vale lo que vendrá”. Lo que nos reserva ese futuro y cuál la potencia de esa profesión es lo que discutiremos a seguir.The imperial occupations, this is the way Edmundo Campos Coelho, a sociologist, names the occupations (engineer, doctor and lawyer) that were constituted and that were the first ones to be regulated from 1822 on, in the beginning of the Brazilian imperial period and the regulation of the Brazilian's life after the political rupture with the metropolis.This analysis interests us for it helps us to understand how psychology constituted its own institutionalization and how it finds social space to advance as an occupation which is considered important and necessary for the many fields in which it is put into action. No occupation can survive if it is not considered socially relevant and required by the population. From this point of view, what's the social importance of psychology and what is its immediate future in Brazil, considering that we are now surpassing the number of 200 thousand psychologists who are registered in the Federal Psychology Council (who are able to work)? That means that we have reached the amount of attendance the World Health Organization considers appropriated for our population. We have enough psychologists to attend our population in the health, work, education, justice, media and in so many other areas where this professional is required. Is this enough for what the class entities of the occupation intend? The population who is attended recognizes the importance of the occupation? These subjects indicate the organizative condition we have today, 50 years after the regulamentation of the occupation. This level of organization and work indicates the maturity of the professional field and also that there is a lot to build. There's a song that says that “if it is worthwhile what has been done, it's more valuable what will come”. We'll discuss now what the future will bring us and what is the efficiency of this occupatio.
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Furtado, O. (2012). 50 anos de Psicologia no Brasil: a construção social de uma profissão. Psicologia: Ciência e Profissão, 32(spe), 66–85. https://doi.org/10.1590/s1414-98932012000500006
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