Charles Taylor: a secular age

  • Marques A
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A Secular Age é um livro de peso. Literalmente, com suas quase 900 páginas e metaforicamente, pois Taylor se propõe a retomar o tema da secularização, adotando-o como o ponto de partida para uma interpretação dos destinos do Ocidente (ou, pelo menos, do Ocidente restrito ao que autor chama de Atlântico Norte) nos últimos quinhentos anos. O simples projeto da obra, sua ambição, independente de ter atingido ou não seus objetivos, é digno de nota. É importante notar que o grande mérito do livro não está na originalidade do tema, mas no tratamento extremamente orgânico dos assuntos. O leitor vê assim uma imensa variedade de preocupações intelectuais aparecerem diante de seus olhos como se estivessem sempre e naturalmente em situação de contigüidade. O especialista fica contemplado com um grande painel interpretativo que relaciona cada problematização específica com o que podemos chamar, sem aspas, de grandes problemas do nosso tempo. A expressão aqui, "problemas de nosso tempo", no caso de Charles Taylor, é um lugar comum ao qual devemos estar atentos. Em um estudo que é um enxerto de outro maior, sobre Hegel 1 , Taylor observa como podemos ler o projeto intelectual do grande filósofo do século XIX como uma tentativa, típica da consciência moderna, de abordar os problemas de seu próprio tempo. De certa forma, podemos dizer que ele continua, com esse livro, a tradição de Hegel sobre o que significa ser filósofo: alguém que interpreta o próprio período histórico desde um ponto de vista privilegiado, privilégio este que consiste em fazer com que os dilemas morais apareçam organicamente, como componentes de um mesmo todo. Ora, se seria estranho que tal fosse dito de pensadores de outros contextos, como a Antiguidade ou a Idade Média, é justamente à consciência do próprio período histórico, típica da modernidade, que Taylor faz jus. Taylor então, grande crítico da modernidade e filósofo essencialmente anti-iluminista, toma para si uma tarefa caracteristicamente iluminista que é a de esclarecer o leitor sobre o mundo histórico que o circunda. Esta postura

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Marques, A. B. (2009). Charles Taylor: a secular age. Religião & Sociedade, 29(2), 229–237. https://doi.org/10.1590/s0100-85872009000200013

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