Resumo: Este texto pretende apresentar as bases da teoria semiótica greimasiana e seus mais recentes desenvolvimentos teóricos. Os conceitos linguísticos propostos por Saussure e Hjelmslev são expostos e também é mostrado o desenvolvimento desses conceitos na semiótica das paixões e na semiótica tensiva. Um texto publicitário é destacado para demonstrar a aplicação da teoria. Esse texto publicitário organiza seu discurso sobre a figura de Jesus Cristo. A noção do poder espiritual de Cristo na sociedade ocidental possibilitou o entendimento e a integração dos valores internos e externos no conceito de homem. Os valores divergentes do eu e do outro – conceitos fundamentais no desenvolvimento do pensamento humano – são conciliados na noção de compaixão e martírio cristãos. É na ideia da compaixão de Cristo que o eu e o outro compartilham um espaço de valores comuns. Mas, nas representações contemporâneas da figura de Cristo, os valores cristãos-sacros se atenuam enquanto evolui uma estética da imagem de Cristo com outros valores integrados. A figura de Cristo continua reconhecível, mas o sagrado martírio deixa de ser um discurso central na contemporaneidade. Os símbolos e figuras religiosos e políticos são elementos fundamentais no campo cultural e as mudanças nos valores relacionados a essas figuras refletem (e refratam) mudanças na organização social. Palavras-chave: estrutura, semiótica das paixões, semiótica tensiva F erdinand de Saussure estabeleceu os princípios teóricos que formam a base da Linguística con-temporânea. Ele obteve sucesso na proposta de criar uma teoria científica capaz de descrever, por meio da própria linguagem, a estrutura de todas as línguas. A obra basilar da Linguística moderna é o Curso de linguística geral. Esse livro, publicado em 1916, não foi escrito por Saussure, que morreu em 1913; trata-se de uma compilação do pensamento do teórico feita por seus alunos. Um dos conceitos teóricos fundamentais apresentados no Curso de linguística geral é o conceito de signo linguístico. Segundo Saussure (1975, p. 80), [...] o signo linguístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica. Esta não é o som material, coisa pu-ramente física, mas a impressão (empreinte) psíquica desse som, a representação que dele nos dá o testemunho de nossos sentidos; tal imagem é sensorial e, se chegarmos a chamá-la " material " , é somente neste sentido, e por oposição ao outro termo da associação, o con-ceito, geralmente mais abstrato. O caráter psíquico de nossas imagens acústicas apa-rece claramente quando observamos nossa
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Baquião, R. C. (2011). Signo, significação e discurso. Estudos Semióticos, 7(2), 52. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2011.35250
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